segunda-feira, 9 de agosto de 2010

mais uma alheia...

... ou, pq eu amo o twitter.


Adoro o passarinho azul pq às vezes ele me traz boas surpresas. De um link sem noção à um trabalho incrível de design eu vou de revoada em revoada.
Hoje, graças a dica da @carinatoledo, que nem sabe que eu existo mas eu sigo como boa stalker que eu sou, achei um texto ótimo no Drink de mulherzinha (se quiser conferir no original, é só clicar no drink aí em cima)

talvez se ele tivesse vindo a 2 meses atrás teria sido mais oportuno,pois nesse momento nada me incomoda, o que não quer dizer que eu não saiba o que é o incômodo.


O Incomôdo

Se apaixonar incomoda. Como areia no lençol, como enxugada com toalha úmida, como havaiana que vive soltando a tira.

De início, incomoda por que você não quer aceitar que agora um pensamento que foge do seu controle, que não é sobre os seus planos, vai te acompanhar para tudo que é canto. E o pior: chegar sempre de surpresa, do nada. No vapor de uma xícara de café, no final engraçado de uma piada de humor negro, numa mensagem de texto que você pensa em digitar enquanto espera seu prato ou o ônibus sanfonado.

Bate um dejavu medroso, feito do combinado entre receio e orgulho provocado por histórias passadas que balançaram o seu coração ou machucaram outros. Você se convence com a firmeza de quem diz que aquele é mesmo o último chopp que já passou por isso antes e que, dessa vez, não sucumbirá a encanto nenhum.

Diz se olhando no espelho que já viu esse filme e considera o final previsível como o desfecho de 2 horas na Sessão da Tarde. “Apaixonado, eu? Nah… Tô tranquilo.”

Mas no fundo, desde sempre, você só quer que as luzes da sala diminuam e o filme comece. Quer mesmo que ela chegue bem antes dos letreiros - junto com os créditos que você escreveu ao achá-la tão interessante que poderia estar em cartaz.

Se apaixonar incomoda por que fica sempre com você, como uma pedrinha no sapato.
E por mais que tente descalçar pelo bem dos seus pés, você caminha por aí com um estranho desconforto. Anda para cima e para baixo como se usasse Crocs laranja-limão e todos na rua rissem do quanto você se pergunta se ela também pensa assim em você.

Mas aí, enquanto você não sabe se amarra ou joga longe o sapato de achismos e suposições que tanto o incomoda, vem o abraço. O beijo. O riso cúmplice que só a intimidade denuncia.

E você percebe que se apaixonar verdadeiramente incomoda somente na distância. Porque de perto, te preenche por completo.


ps.1.: sim, eu estou de leve admitindo
ps.2.: não o filme não passou de um trailer mto bem dirigido, mas sem mtas pistas para o final


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