Queria me deixar querer o que eu quero e essa sim ser a
aposta certa.
É tão estranho pra mim acordar sempre querendo que meu
coração seja quem está certo e universo dê um jeito das nossas cabeças se
tocarem e seguirem os benditos corações.
Enquanto isso eu fico desejando apenas que dê certo e que,
quando der, eu saiba.
O que é pior, ser otária sabendo que você é otária ou ser
otária sem nem ter noção?
É engraçado quando você sabe como, você sabe o porque, você
sabe o que vem depois, você sabe que não significa a mesma coisa de quando você
diz e ainda assim fica tentada a pagar de
otária. Se fosse fácil sentir como é fácil pensar, eu tava feita.
Hoje eu estava ouvindo o novo cd do Mark Ronson (que só tem uma música boa, diga-se de passagem) e
uma coisa leva a outra e acabei esbarrando no “version”, seu cd só de covers. E
me impressiona como cada versão do Ronson me agrada mais que a música original.
Daí comecei a pensar como a vida da gente é criar versões.
E eu não sou diferente, tenho várias versões de mim mesma, versões
de amigos, de amores. O duro é perceber que eu tenho um tremendo talento pra
criar versões. As minhas são tão melhores da realidade. Minha versão preferida
dele começa com aquele abraço apertado seguido de “eu não quero que você vá embora” e continua caminhando por cada fofura que ele me fez. Minha versão se
concentra nos dias que, depois de meses, ele me ligou pra ouvir minha voz até
dormir. E na minha versão, tudo isso significa pra ele o mesmo que significou
pra mim e para de ser palavras ao vento e inconstância (sobretudo de vontade) e
se transforma em ação.
Acontece que a minha versão dele é muito melhor que a
realidade, e no fim de tudo isso vamos voltar a ser mesmo só emoticons que não
significam muito, só me lembram que poderíamos ser uma versão bem melhor que
essa de agora.
Minha sorte é que com esse meu talento, logo logo eu encontro outra versão pra criar.
(tomara!)