domingo, 29 de agosto de 2010

A arte de ser fofa...

.


A incumbência de ser “fofa” foi me dada essa semana por uma amiga (os motivos não vem ao caso) Só que quando eu paro pra pensar o que seria essa tal fofura, não consigo me ver nela. Não estou aqui dizendo que não quero ter essa fofura, ou que não concorde que eu sou mais tosca que o bom senso deveria permitir, mas o grande lance é que eu não sei ser assim.

A história de rir quando não concorda, ou não sabe o que dizer. De ser polida ao invés de duramente sincera, de não revirar os olhinhos pra determinadas colocações. Parece ser uma pessoa que não sou eu. Tem dias que eu até queria ser essa pessoa porque parece bem mais fácil , mas eu não sou.

Não que meu eu habitual também não use os seus disfarces, ou que algumas coisas que pra mim seriam out-doors, pro outro não passem de selinho do cartão de fidelidade da Subway. Mas quando sou incumbida de ser simplesmente fofa, assim, de cara, eu acabo sendo apenas muda (ok, quem me conhece entende a dimensão da mudança) Ah, e claro, com o sentimento de ser apenas mais uma impostora, como tantas que eu abomino.

Uma outra amiga me disse que eu tenho o péssimo hábito de tratar caras que eu gosto (no sentido comédia romântica do termo) como dudes. Como se fossem meus brothers, assexuados, um cara qualquer que eu não pegaria. E que com isso, só um cara com a auto-estima da Nic* sacaria que ele só precisa perguntar, ou melhor, que ele só precisa mesmo colocar a mão firme, na altura da cintura, ao me conduzir por uma porta** pra “levar”.

Vendo como essa amiga vê a cena eu concordo com ela, mas eu não sei SER diferente. Eu não sei fingir que eu preciso de ajuda pra matar barata, trocar pneu de carro ou programar o DVD. E como penso quadridimensionalmente, fico me vendo sendo desmascarada alguns meses depois *** quando eu não agüentar mais fingir que tenho medo de filme de zumbi ou que sei menos que ele sobre animação.

Difícil, né?
Porque a vida não é como nos filmes da Disney ou nos filmes do John Hughes que em algum momento alguém te entende e te aceita do jeito que você é?


* minha amiga Nic crê piamente que a única mulher no mundo palho pra ela seria a Angelina Jolie. Mas é bom deixar claro que ela acredita nisso sem um jeito pedante, o que não impede de assustar a todas nós com como ela pode se gostar tanto.

** não pegou a cena? Clique aqui e veja perto de 7’ 28”
E se for um “cara”, aceite meu conselho grátis e assista desde 6´25”. Sobrando um tempo clica nesse aqui. São só 10 minutos de instruções preciosas
;-P

*** não que necessariamente tenha que durar alguns meses, mas coisas menos superficiais como essa não se aplicam a relações descartáveis. Com essas dá até pré fingir ser figurante de filme iraniano que ta lindo....


1625

Nenhum comentário: