segunda-feira, 26 de julho de 2010

400 km de uma boa conversa

... ou Andando pelas terras de lá.

Semana passada eu e Vivis - uma das minhas melhores colegas de mestrado, mesmo sendo de outra turma – fomos convidadas para ser banca de um concurso público lá na facul que eu já fui diretora e onde nós duas demos aulas por um tempo. Pra variar confundiram dias e horários e a ida foi meio na correria. Cheguei de Brasília as 9 da noite de segunda e já tava na estrada de novo as seis da manhã de terça. Confesso que estava achando divertido a volta que o mundo deu e também tava louca pra ver os amigos de lá.

Pras tais bancas eu me encontrava meio que em uma posição delicada. Acontece que dos 6 candidatos eu conhecia 5. Três eram ex-alunas que eu adoro, uma ex-sócia e mais uma que, bem, não ia mto com a minha cara pq eu insistia em mostrar as falhas da condução que ela dava pro curso depois que a coloquei no meu lugar. Bom, o grande lance é que avaliar as pessoas com quem você já tem uma história sempre deixa uma impressão ruim independente do resultado. Você corre o risco de que as pessoas comecem a achar que tais histórias influenciaram sua avaliação e que elas não parem pra ver os méritos e os deméritos de suas ações ali naquele processo. Você só vai avaliar aquilo ali que te apresentam. Isso não é nada fácil nem divertido, ainda mais quando o resultado da sua avaliação vai mexer com a vida dessas pessoas. Decisões do tipo “continua no emprego?”

Por sorte foi muito tranqüilo e a banca, que além de vivis e eu contava com uma terceira professora que não conhecia ninguém, sempre compartilhava da mesma opinião depois de cada avaliação. O resultado saiu hoje com duas reprovações. Um saco, mas não dava pra ser diferente. Ter razão nessas horas não é lá muito reconfortante.
Não deu tempo de ver muita gente pq, como eu disse, era uma correria sem fim, mas foram algumas boas horas botando a fofoca em dia e percebendo que nós duas, vivis e eu, simplesmente morremos de preguiça.

Sabe preguiça de academicismo? Preguiça de gente – como a gente – que faz um trabalho apenas ok mas conta como se tivesse criado o re-design da roda. Preguiça de neguinho que acha o máximo do luxo ter mestrado (o que pra gente é só um requisito básico se você vai inventar de ser pesquisador e/ou professor), de galera que vive de publicar artigo até em reunião de condomínio. Conversando a gente viu que das duas uma, ou a gente é de uma modéstia compulsiva ou o povo não tem um pingo de simancol.

Foram 03 horas da viagem de volta falando da preguiça que temos desse mundico que estamos inseridos e vendo que pra gente, dá igual. Ainda não sei mesmo se o problema é nossa falta de confete pras coisas ou se é o exagero de confete alheio, mas eu sei que por mais que o mundo gire, parece que no fim a razão era mesmo a nossa.

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