quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Versões


Hoje eu estava ouvindo o novo cd do Mark Ronson (que só  tem uma música boa, diga-se de passagem) e uma coisa leva a outra e acabei esbarrando no “version”, seu cd só de covers. E me impressiona como cada versão do Ronson me agrada mais que a música original. Daí comecei a pensar como a vida da gente é criar versões.

E eu não sou diferente, tenho várias versões de mim mesma, versões de amigos, de amores. O duro é perceber que eu tenho um tremendo talento pra criar versões. As minhas são tão melhores da realidade. Minha versão preferida dele começa com aquele abraço apertado seguido de “eu não quero que você vá embora” e continua caminhando por cada fofura que ele me fez. Minha versão se concentra nos dias que, depois de meses, ele me ligou pra ouvir minha voz até dormir. E na minha versão, tudo isso significa pra ele o mesmo que significou pra mim e para de ser palavras ao vento e inconstância (sobretudo de vontade) e se transforma em ação.

Acontece que a minha versão dele é muito melhor que a realidade, e no fim de tudo isso vamos voltar a ser mesmo só emoticons que não significam muito, só me lembram que poderíamos ser uma versão bem melhor que essa de agora.


Minha sorte é que com esse meu talento, logo logo eu encontro outra versão pra criar.
(tomara!)

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