quarta-feira, 2 de novembro de 2011

numa quarta à tarde...



Quando eu era mais nova, adolescente pra ser mais exata, vivia argumentando com meus pais que não entendia por que eles não gostavam de sair. Eles sempre se limitaram a fazer as coisas pra nós, os filhos. Cinema, só pra ver os trapalhões (ainda me lembro do meu pai roncando no finado cine casablanca  quando fomos ver “O inspetor Faustão e o Mallandro”. Um clássico do trash brasileiro). Minha mãe sempre dizia que com o tempo seus amigos somem, engolidos pelas próprias vidas,  interesses família e cansaço.
Isso me irritava muito e eu bradava “ah, mas comigo não vai ser assim.  Eu e meus amigos nunca vamos deixar de nós encontrar”.

Bem, cá estou numa quarta à tarde (feriado), escrevendo num blog onde praticamente ninguém lê – embora o Google insista em me dar índices de visita, eu acredito que é um bug – depois de recusar-me a sair ontem com uma amiga pois estava morta em pé. E sábado, ao ir ao aniversário-anúncio-de-noivado da Clara (sim, meus caros amigos, mais um) nos demos conta que não nos víamos a quase 1 ano. Isso sem contar que Lorena e eu não nos vamos a 1 ano e 2 meses, a Kilma à quase 2 anos e o Ed, então, pasmem 8 longos anos.

É mamis, pode exercer seu direito do “I told so”.

Amigos ficam velhos, se cansam, se afastam, são engolidos por sua própria vida, amores, interesses. E se você não é a primeira escolha de alguém, prepare-se, você se verá, daqui a 5 ou 10 anos, sozinho numa quarta a tarde, falando sozinho em alguma nova plataforma qualquer que você usa pra maquiar toda essa “solitude”.

Não que a gente não queira, às vezes rola um esforço monstro e a gente se vê, mas tudo parece mais difícil agora. Obviamente uns se esforçam mais que outros pra esses encontros  e assim vai indo.  Eu tem dias que acordo de pé esquerdo, achando uó alguns só se lembrarem quando chafurdam na lama, ou por alguns tomarem chá de sumiço quando você é quem chafurda na lama. É meio deprimente, eu confesso, mas não tem muito o que fazer.

O que me consola é que eu não vou me tornar a tia dos gatos, no máximo dos shitzus.

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