Uma varandinha
Faz alguns anos que li um texto da nina lemos sobre “se abrir para o mundo”. O texto fala assim:
Você está lá, no seu mundinho de sempre, com seus amigos de sempre. Até que uma hora você pensa:
“tenho que me abrir para o mundo”. Pronto. Fodeu. Tenha quase absoluta certeza
de que você vai se dar mal. Acho que é a Jô que sempre me diz pelo telefone:
“ai, que saco ter que se abrir para o mundo.”
Na época, 2009 eu acho, eu concordei com ela em gênero,
número e grau, mas confesso que esse murão pro mundo também não resolve grandes
coisas. Daí eu estava pensando nisso ontem enquanto andava na praia com o cachorro
(sim, eu ando na praia à luz da lua, passeando com um shitzu e não, eu não
deixo ninguém falar que eu sou a “mãe” do Bartô) pensando se havia uma solução
mais amena. Nem o muro, nem Arregaçada pro mundo.
Ultimamente eu tenho investido meu tempo em uma varandinha
para o mundo. Nem é uma comporta aberta e nem é um muro impenetrável, é uma
chance de ir lá, experimentar o que a gente sabe que pode dar merda. Só que
você experimenta ali da varanda, que é seguro porque se você quiser, corre e
tranca a porta e acabou. Olha e te confesso que tem me feito maravilhas esse
sentar na porta e ver o mundo passar. As vezes ele entra na varanda, tomo um
chá, bate um papo, alegra o dia e vai embora. Não é um sistema 100% a prova de falhas porque as vezes você
quer que o mundo pare, entre pra um café, mas ele é um cara de varandas. Vai
quando a luz muda e não se importa em limpar o pé no tapete, ele apenas vai.
Um brinde a minha varandinha e que logo o timing entre eu e o
mundo se acerte e eu abra mais um pouquinho pra ele. Por enquanto a vista da varanda tem me deixando assim, happy
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