... Espelho de Alice
Tava aqui pensando, pensando que deixei isso aqui as moscas
por sentir que nem tudo mais precisa ser dito a quem quer que seja, que posso
falar pra poucos e ainda assim ser autêntica. E que tem coisas que só dizem
respeito mesmo a meia dúzia de pessoas e que outras meia-dúzias perderam o
direito de participar desses assuntos. Mas o que eu pensei mesmo que me fez
abrir o blogger e postar foi: estou sofrendo um processo de narciso inverso.
Explico: sabe quando Caetano diz “Narciso acha feio o que
não é espelho”? Pois eu ando sofrendo do contrário. Quando vejo nos outros
atitudes que já foram minhas, me dá uma vontade de ir lá e bater no ombro da
criatura e avisar que se desapegar disso tudo deixa tudo tão mais fácil. Quando
é com uma guria que eu adoro e tem 20 e poucos anos, fico na minha pq sei que
inteligente como ela é, logo vai se dar conta e que todo o sofrimento de
aprender por si só fará mais bem do que mal. Mas daí quando é uma mulher mais
velha, que tá ficando amarga e sem saúde, que tá tornando seus dias sofridos
fico louca pra dar um toque. Só que como eu já disse, vejo nela o meu reflexo
antigo, e nele tinha um quê de “tudóloga” ou como gostam de dizer em inglês “miss
I know everything” que impediria o efeito de qualquer conversa. Daí desisto.
Quem é muito próximo de mim tem notado os efeitos desse “deixar
pra lá”. Tem sido bem mais proveitoso adotar a oração do AA pra tudo “mudar o
que eu posso, serenidade pra aceitar o que eu não posso mudar e sabedoria pra
diferenciar uma coisa da outra”. Claro que tem dia que não dá, claro que eu
ainda não adquiri a prática do cinismo e da hipocrisia e consequentemente não
sei ser falsa e parecer amiga-amicíssima qdo não sou. E acho que nem quero me
tornar essa pessoa. Mas a auto-preservação tem sido uma boa tática.
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